“Temos a convicção que estamos a desenvolver um bom trabalho e que estamos no caminho certo.”
Aproveitamos chegar à “marca” de metade da época para conversar com o Coordenador Técnico do Basquetebol, Luís Araújo, para nos dar uma visão do trabalho que tem sido desenvolvido pela Secção.
P: Com metade da época decorrida é a altura ideal para fazer um balanço?
LA: O nosso balanço nunca se refere aos meses da época em curso, temos sempre de olhar para um espaço temporal mais alargado. Olhar para os 4 anos de Projeto 2020, que serve de base a todo o trabalho da secção ou, pessoalmente, como coordenador dos 2 anos e meio desde que iniciei este projeto. Mas sim, este marco de meio da época já nos permite fazer fazer uma análise do que estamos a conseguir.
P: Então que ideias pode partilhar connosco sobre esse balanço?
LA: Neste momento crescemos em número de equipas e em número de atletas, de forma muito significativa. Temos todos os escalões (à exceção dos seniores masculinos) e terminamos 2017/18 com 200 atletas, neste momento estamos com 178. As equipas assinalam uma progressão notável a nível competitivo. Há 2 épocas tínhamos 2 equipas a jogar o Torneio Interassociações, na época passada já eram cinco, neste momento temos três nessa competição, uma na Taça Nacional e outra no Campeonato Nacional, estas últimas representam o patamar competitivo mais alto. Muitas vezes é difícil termos uma análise realmente mensurável da evolução, porque estamos envolvidos diretamente no trabalho e achamos que conseguiríamos algo mais, estamos permanentemente insatisfeitos. Temos a convicção que estamos a desenvolver um bom trabalho e que estamos no caminho certo.
P: Quais os objetivos para os 6 meses de trabalho que têm pela frente?
LA: Temos uma área prioritária que é o crescimento do número de atletas, especialmente em algumas faixas etárias e género, como é o caso dos nascidos em 2007 e 2008, com maior incidência nas raparigas. Obviamente que queremos manter o crescimento competitivo das equipas.
P: Quais os principais pontos para conseguir continuar a crescer como pretendem?
LA: Uma maior proximidade com a comunidade. A comunidade é a chave de qualquer sucesso, a vários níveis. Águeda é uma localidade com pouca tradição de basquetebol e precisamos de mostrar o desporto à comunidade. Será dela que nos poderão chegar os apoios importantíssimos para garantir aos nossos jovens a possibilidade de praticar desporto. Outro dos aspetos que temos de conseguir é continuar a tentar alterar as mentalidades. Muitos são os casos onde se espera um sucesso imediato mas um treino, uma semana, um mês não são suficientes para a evolução de um jogador de basket ou de uma equipa, mesmo quando se esforça imenso, e é dedicado. Este processo é longo, lento e varia de jovem para jovem. Muitas vezes essa é uma barreira, a falta de paciência e de vitórias também. E já conseguimos mostrar que com um trabalho contínuo iremos conseguir.
P: Quer concretizar o que já foi conseguido no tema da evolução dos atletas e, já agora, qual a perceção externa do trabalho técnico realizado no clube?
LA: O aumento do número de atletas nas seleções distritais, a estreia em seleções nacionais, a presença em fases finais das competições e a projeção de atletas da nossa formação na nossa equipa sénior são disso bons exemplos. Relativamente à perceção externa ela é muito positiva e bem mais rica do que a interna mais próxima. Temos sido procurados com frequência pela Associação de Basquetebol de Aveiro e pela Federação Portuguesa de Basquetebol para diversas colaborações, somos convidados para torneios cada vez de melhor nível, e no nosso Torneio as melhores equipas de formação do país querem marcar presença. Há um cada vez mais reconhecimento da nossa margem de progressão e qualidade da organização pelo recrutamento de treinadores que fizemos, inclusive noutras associações, e também no interesse demonstrados por atletas seniores por exemplo.
P: Focou os apoios. Considera que o clube tem sido apoiado em Águeda?
LA: Os apoios nunca são suficientes num projeto desportivo, porque há sempre muito a fazer… mas temos de agradecer aos nossos parceiros, que permitem que o nosso trabalho diário seja possível. A Câmara Municipal de Águeda é um parceiro insubstituível e temos um boa relação com a edilidade, gostamos de pensar que somos uma aposta ganha da parte deles. Contamos ainda com o importante apoio de algumas empresas de referência do concelho, que reconhecem o nosso valor e a importância do desporto, sendo muito importantes para a nossa sustentabilidade. Também será de referir que efetivamente precisamos de ainda mais parceiros para permitir que o projeto cresça, as necessidades e exigências crescem diariamente e dependemos de encontrar mais apoios para continuar a formação dos nossos jovens.
P: A equipa sénior feminina? Como está a correr a época?
LA: O ano passado fizemos uma época de estreia fantástica, com um grupo muito coeso e resultados interessantes, como por exemplo o apuramento para a 2.ª fase do Campeonato Nacional. Por comparação, esta época está a revelar-se mais difícil. A competição ficou mais exigente, com outras equipas que estavam noutra zona e com ambição de subir. Reforçamos a nossa equipa, mas, ao mesmo tempo, perdemos algumas referências, como por exemplo a Tânia Santos, mas construir uma boa dinâmica demora tempo. A qualidade do que fazemos em jogo está a crescer muito nas últimas semanas e melhoramos o desempenho da 1.ª para a 2.ª volta. A equipa continuará a crescer como referência para as nossas equipas da formação e iremos-nos consolidar. Acreditamos que poderemos competir para ganhar a Taça Nacional que é a competição que iremos disputar depois do final do Campeonato Nacional.
P: O GiCA tem-nos habituado a não parar. Há projetos na forja?
LA: O clube tem crescido em torno de uma grande dinâmica, na sua maior parte mérito dos elementos da secção com a colaboração dos pais dos atletas. Exemplo disso mesmo são o Torneio Águeda Basket e o Torneio Eng. Adolfo Roque. Estamos a preparar algumas melhorias ao Torneio Eng. Adolfo Roque que atingiu um patamar de competitividade muito bom, com a presença das melhores equipas do país nos vários escalões. Além disso a nossa colaboração com a FPB tem sido muito próxima e esperamos receber estágios de várias seleções nacionais, além de treinos regulares da FPB com a presença de atletas aguedenses.
P: Já falamos de vários temas, mas ainda não falamos dos mais novos, do Minibasket.
LA: No ano anterior estivemos perto dos 100 atletas de minibasket e face a esse crescimento e à importância de os dotar de uma maior evolução quisemos preparar o 2018/19 com muito cuidado. Melhoramos a nível das questões logísticas e estruturais, campos, tabelas e bolas, e crescemos para a escola Fernando Caldeira. Preparamos bem a estrutura técnica, mantendo os nossos treinadores, com quem estamos muito satisfeitos, rentabilizando-os e colocando todos no “lugar certo”. Logo em outubro sofremos um revés ao perder o Jorge Moreira e o Filipe Magalhães, elementos importantes com grandes responsabilidades. Integramos novos elementos, ex-atletas do GiCA que estão a crescer, tal como os grupos de sub6, sub8, sub10 e sub12. Conseguimos pequenas (grandes) vitórias, como por exemplo o aparecimento de um grupo de sub10 só de meninas, e a estabilização de grupos por idades, como por exemplo 2007 ou 2010, gerações mais consistentes. Tudo com muito mérito dos treinadores que têm sido muito competentes no terreno. Participamos em inúmeros torneios fruto de um grande reconhecimento pelo trabalho aqui desenvolvido.